SEGUE NOSSA HISTÓRIA E FICA A SUGESTÃO DE SE DESENVOLVER ESSE TIPO DE ATIVIDADE COM NOSSOS ALUNOS.
AS CORES DIFERENTES É A CONTRIBUIÇÃO DE CADA UMA DE NÓS. ONDE SE DEU A CONTINUIDADE DA HISTÓRIA, POR MEIO DA CONTRIBUIÇÃO DE CADA INTEGRANTE.
A casa do Vovô
Lá vêm Matias, Alice e Tiago. Esses três pequenos são
uma parada. O jardim, sempre tão silencioso, quando chegam é aquela barulheira.
E eu gosto disso. Divirto-me quando eles sobem pelo meu tronco e se sentam em
meus galhos, confortavelmente.
Duas vezes já salvei o Matias e uma vez o Tiago,
quando despencaram de meus galhos mais altos e mais novos. Um dos galhos até se
quebrou, pobre de mim; doeu na hora, mas agüentei firme. Vieram escorregando e
se batendo até caírem sobre minhas folhas secas como uma almofada no chão. Fui
puxando um ou outro galho para irem se segurando e não se machucarem muito.
Alguns arranhões, mas não choraram. Ficaram quietinhos e assustados. Não
tiveram coragem de contar para ninguém, muito menos para vovó. Só eu vi. Na
hora, pelo jeito que me olharam, tive certeza de que sabiam que eu os ajudei,
que eu era uma amiga, a velha Goiabeira disposta a protegê-los e dar-lhes, de
vez em quando, algumas liçõezinhas de vida.
Às vezes, eles conversam comigo, me contam tanta coisa
na certeza que eu não os entendo. Mas sei de tudo, e sabem como é, amigo guarda
segredo daquilo que a gente quer contar só pra si, não é mesmo? Ficam horas em meus
galhos fingindo ser uma casa de verdade, caminhando de um galho para o outro.
Ou então sou um navio que já viajou por vários lugares, afundei algumas vezes
como uma grande nau de pirata! Mas, tenho certeza, serei sempre a Goiabeira de
suas infâncias. Assim como fui do vovô deles.
Aquele velho preocupado com os machucados dos netinhos
era, até bem pouco tempo atrás, mais travesso que eles. Eu também era menor e menos
experiente. Ele subia em meus galhos com tamanha facilidade que éramos um só.
Velhos tempos. Hoje fico esperando os sábados para os três capetas virem
brincar em mim. Mas
desde que descobriram o livro do vô do vovô, que eles se escondem no porão pra
decifrar seus segredos e se esquecem de mim. Chegam pela manhã, cumprimentam
ligeiro os dois avós. Insistem para eles entregarem a chave da garagem, onde
fica o porão. E, então, descem correndo para brincarem com as coisas lá de
dentro.
O porão tem de tudo. Passaram-se tantos anos desde a
construção da casa que foi se acumulando naquela escuridão um amontoado de coisas
para serem redescobertas. Têm muitas do tempo do vô do vovô.
Ele gosta quando as crianças se entretêm naquela
bagunça. Sente a sua infância remexida. Fica contente quando entrega a chave, sempre
escondida ao acesso de todos. A vovó, que vive metida na cozinha, não aprova.
Reclama da sua irresponsabilidade. Afinal, tem tanta sujeira, tanto perigo. É
mais arriscado que divertido.
– Deixa eles brincarem! Hoje eles até chegaram cedo...
Caíram da cama, gurizada? Com esta pressa toda parece que estão querendo ir à
Lua. É verdade?
O vovô gostou de perguntar com aquela carinha de sem-vergonha
que ele tem desde o tempo em que aprontou a maior confusão para o pai dele. Mas
isto é outra história. Divertido foi ver os três pequenos, que estavam ansiosos
para botar a mão na chave, ficarem paralisados, meio assustados com cara de
“será que ele tá sabendo dos nossos planos?”
– Não liguem, crianças, para esse vovô irresponsável que
vocês tem! Ele sabe muito bem que o porão é só sujeira e tem muita aranha, ratos,
baratas, pregos, vidros quebrados e ferros retorcidos com pontas enferrujadas que
podem causar uma enormidade de acidentes que só de pensar já me dá arrepios. Eu
nem consigo me concentrar, de tão preocupada que fico com a situação das
crianças. Sou uma vovó rabugenta. Cada dia que passa fico mais velha e mais
ranzinza... Peguem a chave de uma vez e vão embora, sumam da cozinha. Estou
preparando um doce surpresa pra vocês. Vamos, sumam!
É sempre esta mesma discussão mas, no final, eles
cedem à vontade das crianças. Acho que com o tempo as pessoas voltam um pouco a
ser crianças. Bem que eu gostaria de ter o velho Leôncio de novo em volta de meus
galhos conversando comigo. Quando estou cheia de frutos, ele vem buscá-los e me
olha com aquele sorriso alegre de guri. Ele sempre gostou de doce de goiaba de
sobremesa ou, então, de goiabada com queijo, que, modéstia à parte, é o mais
romântico de todos os doces: o Romeu e Julieta. É um prazer vê-lo comendo meus
frutos. Ele sabe apreciar uma boa comida.
Lá vêm eles em disparada. Com
certeza pegaram a chave do vô porque estão indo feito raio em direção ao porão.
Antes disso, ficaramdando beijos sem parar nos dois. A vovó, bem desconfiada,
ainda resmungou enquanto enxugava as mãos no avental:
– Esses capetas estão aprontando algo pra hoje. Esmola
demais o santo desconfia!
– Ora, criança é assim, quanto mais saudável, mais se
agita. (Uma frase típica desse coroa bonachão e despreocupado, que ficou mais levado
ainda depois que virou avô.)
Ivone Do Carmo Silveira
Scheffer
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Marise De Fátima Ramos
|
Rosana Paço D Almeida
|
Silvia Sofia Scheid Da
Silva
|
Suzanne Da Silva
Rodrigues
|
Terezinha De Oliveira
Verchai Faria
|
A ordem das contribuições de cada uma das integrantes é exatamente a da lista acima.
GRUPO 2
A casa do vovô
Naquela manha de sábado, o almoço na casa dos avós de Matias,
Alice e Tiago teve o sabor de uma grande aventura rumo ao desconhecido... um fato inesperado aconteceria logo após o almoço, que
estava muito gostoso como sempre com a feijoada da vovó Mariquinha, que fazia
uma comidinha como ninguém.
Logo depois do almoço eles tiveram a ideia de irem brincar no
celeiro, onde eram guardados os alimentos para os animais, um ótimo lugar para
muitas brincadeiras. Estavam numa
verdadeira farra, pulando nos fardos de feno quando resolveram alimentar o
pônei, mas o pior aconteceu, ele fugiu. Então, eles foram procurá-lo e ao
entrarem na mata, encontraram um menino índio que os convidou para conhecerem a
aldeia onde morava. Chegando lá, brincaram a tarde toda, que até esqueceram do
Malhado. Já era tarde quando seus avos deram por falta e saíram à procura
deles, e os encontraram voltando para casa correndo. A o pararem, disseram:
- Vovô! Vovó! O Malhado fugiu e não conseguimos encontrá-lo.
Então, a vovó falou:
- Vocês estão fantasiando crianças, nós acabamos de vir do celeiro e
o malhado esta lá bem feliz.
- Vovó aconteceu uma coisa incrível, você não vai acreditar,
encontramos um índio na floresta! Ele
agora é nosso amigo e conhecemos a aldeia dele.
Então o vovô disse:
-Não é possível não há nenhuma aldeia aqui nessa região. As crianças olharam assustados umas para as
outras como será que isto aconteceu será que estavam ficando loucos. Correram
até ao celeiro para certificarem se o pônei estava ali. E arregalaram os olhos,
pois ali estava o pônei comendo seu feno. Alice apressada chamou os irmãos para
o quarto para conversarem:
- Matias, foi tudo real o que a gente
viu, não é? Indagou Alice.
- Tiago o que você acha? Perguntou
Matias.
Foi
àquela discussão ninguém entendia nada, dona Mariquinha entrou no quarto de
repente e foi falando:
- Vamos crianças! Todos tomar banho
enquanto preparo um lanche para vocês já é tarde e devem estar famintos.
As
crianças obedeceram à avó e logo desceram para lanchar, mas havia um clima de
mistério no ar intrigando as crianças, comeram todo o lanche, e agradeceram aos
avôs. Alice ajudou a avó a retirar a louça da mesa e foi até a cozinha enxugar
a louça, aonde não se conteve e perguntou:
-vovó você tem certeza que aqui não
tem uma tribo de índios?
Vovó
Mariquinha sem olhar para a neta respondeu:
- Sabe Alice há muitos anos moro aqui e
nunca vi nada, mas as pessoas do vilarejo comentam que algumas crianças haviam conversado com indiozinhos, na mata
próxima ao vilarejo. Mas, deixe isso pra lá. Tudo não passa de brincadeira de
criança. Vamos todos ver um pouco de TV?
A vovó e seus netinhos
queridos ficaram assistindo o filme “A Era do Gelo II”. Anoiteceu.
Tiago e Matias, sentados no sofá, conversavam sobre as coisas
estranhas que aconteceram, enquanto Alice ajudava a vovó a arrumar a mesa para
o jantar. De repente, Alice grita:
- Vovó! Vovó! Tem um
penacho na janela!
Todos olham para a mesma direção... Avistam um pequeno
vulto correndo em direção à velha Goiabeira.
As crianças saem da casa
agitadas, exclamando:
- É o nosso amiguinho
índio, vovô! É o nosso amiguinho índio, vovó! Ele existe! Ele existe!
Vovô e vovó, em silêncio
se entreolham e as crianças perceberam que os avós estavam escondendo algo
deles. Eles desconfiaram que havia mais
um mistério para ser desvendado.
-Vovô porque você nunca nos contou sobre a aldeia de índios que
existe na floresta? Perguntou Alice um tanto assustada com o que estava
acontecendo.
-É mesmo vovô, e porque vocês nos disseram que não existem
índios por aqui? Replicou Tiago.
- Crianças, ouçam com atenção, disse vovô: - quando eu era
criança como vocês me aventurava pela floresta junto com meu melhor amigo de
infância, o Alberto, todos os dias inventávamos uma brincadeira diferente,
porém um dia resolvemos que iríamos
brincar do outro lado do riacho, local que havia sido recomendado por meu pai
que eu nunca fosse. Mas sabem como é curiosidade de criança, eu e o Alberto
resolvemos ir até lá desobedecendo as
ordens de meu pai. O riacho que ficava do lado proíbido tinha um local muito
bom para se tomar banho, eu e o Alberto tiramos nossas roupas e mergulhamos na
água que estava bem quentinha. Estavamos nos divertinho muito quando percebemos
que ali havia uma entrada secreta, um pouco escondida pelas árvores. Nossa! Aquilo aguçou a nossa curiosidade, ficamos
nos olhando com ar de dúvida, e resolvemos ir até lá para ver onde daria. Era
uma entrada muito escura, não dava para ver nada, fomos entrando devagar um
junto do outro para dar mais coragem. Estavamos a alguns passos quando sentimos algo nos tocar, quando olhamos para trás era um índio, nem preciso dizer o
quanto corremos de tanto medo que ficamos, chegamos até o riacho e nadamos
rapidamente sem olhar para trás, até que ouvimos:
- Esperem, esperem!!!
Nos escondemos atrás de uma árvore e olhamos devagar para trás
enquanto a voz se aproximava... Estava começando a anoitecer e ficamos com mais
medo ainda até que surgiu a nossa frente o Piatã.
- Piatã?? Perguntaram as crianças.
- Sim, que significa “forte”... Quando ele apareceu na nossa
frente, demos um berro tão grande e tão forte que até ele se assustou, mas
depois pediu para nós não ficarmos com medo. Ele disse que estava alí para nos
alertar do perigo da floresta, pois há muitos anos atrás um índio chamado Acauã
fez uma maldição para quem encostasse na porta de pedra.
- Porta de pedra? O que é isso, onde fica isso? Nossa, estamos
ficando com medo...
-
Meus queridos, há muitos e muitos anos atrás... os verdadeiros habitantes destas terras
eram os índios Bororos, eram homens fortes, robustos, caçadores e coletores de
frutas. Viviam em harmonia com a natureza,
eram na verdade, protetores da natureza. Mas, apareceram homens
gananciosos que cobiçaram estas terras e com armas de fogo tentaram expulsar os
índios, principalmente aqueles que não colaborassem na retirada da madeira.
Estes homens queriam na verdade tomar posse das terras dos Bororós. Então,
levantou-se o Pajé Bororó!
- Pajé Bororó?! Mas quem é_perguntou
Tiago.
Era um índio feiticeiro, que tinha
poderes sobrenaturais! Ele começou a dançar e invocar os deuses da aldeia.
- E o que aconteceu? – curiosa
acrescentou Alice.
Bem... o povo conta que uma grande pedra
rolou do penhasco e protegeu a aldeia, transformando-se numa grande porta de
pedra, e quem encostar nesta pedra se transforma em um pássaro.
- Pássaro? Que pássaro vovô ? Perguntou Tiago.
- O povo diz que se transformam em
araras. Por isso que tem tantas araras neste lugar!
Com os olhos arregalados as crianças
entreolham-se e exclamaram:
- As penas dos penachos do indiozinho
eram de araras!!!!!
E assim as crianças ficaram curiosas para
saberem se realmente a porta de pedra transformava as pessoas em pássaros, mas
nunca se atreveram a encostar a mão.
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